O tratamento com Eletrólise Percutânea é hoje em dia uma opção válida tanto para médicos como para fisioterapeutas. A técnica Eletrólise Percutânea Terapêutica é considerada como uma das maneiras mais seguras, rápidas e eficazes no tratamento de tendinopatias ou patologias a nível da fáscia plantar.
Tratamento com Eletrólise Percutânea Terapêutica
Ainda existem algumas questões sobre o tratamento com Eletrólise Percutânea que são colocadas tanto por profissionais como por pacientes antes da aplicação desta tipologia de técnicas de terapia invasiva.
Para esclarecer alguns mitos e verdades sobre o tratamento com Eletrólise Percutânea o fisioterapeuta Javier Herráiz, Coordenador de Docência e Investigação da EPTE® Ionclinics, respondeu às questões mais comuns sobre a técnica EPTE® Eletrólise Percutânea. Leia a seguinte entrevista (publicada na Bwizer Magazine) e conheça os conceitos mais importantes sobre o tratamento com Eletrólise Percutânea.
1- É suposto um fisioterapeuta picar? Não ultrapassa o papel de um fisioterapeuta?
Cada profissional é responsável por conhecer o enquadramento legislativo no seu país, contudo, segundo o meu melhor entendimento, tanto em Portugal como em Espanha, os fisioterapeutas estão devidamente capacitados para a aplicação de diversas técnicas minimamente invasivas. Aliás, basta constatar a proliferação de técnicas de acupuntura, por exemplo.
Dentro da variedade de técnicas invasivas existente, a Eletrólise Percutânea é utilizada mediante a aplicação de agulhas de acupunctura e de uma corrente galvânica minimamente dolorosa para o paciente, e com resultados muito prometedores. Normalmente, são os médicos os que mais utilizam técnicas invasivas no tratamento de vários tipos de lesões. Contudo, técnicas como a Eletrólise Percutânea, o Dry Needling e/ou similares podem ser utilizadas pelos fisioterapeutas devido à sua mínima incisão no tecido. O que o fisioterapeuta nunca deve fazer é aplicar esta técnica no tratamento de lesões em locais para os quais não existe qualquer tipo de evidência clínica e/ou científica como por exemplo: bolsa sinovival, cápsulas e nervos, por exemplo.
2- A técnica Eletrólise Percutânea é segura? Que cuidados devem existir?
A EPTE® Eletrólise Percutânea é uma ferramenta que deve ser utilizada dentro de um contexto clínico. Isto significa que o profissional deve ter conhecimento sobre uma série de conceitos para poder aplicar esta técnica de uma maneira segura e eficaz. É necessário, desde logo, conhecer a histologia e a fisiopatologia tendinosa para poder marcar um processo evolutivo e que possa justificar a utilização da técnica.
Antes da realização de qualquer tratamento invasivo é imprescindível estar consciente de alguns aspetos como: a localização da lesão, a fase de evolução da patologia (modelo continuum), o tempo de evolução, os processos de sensibilização, a influência da patologia sistémica, cuidados a ter aquando da toma de determinados fármacos e a correlação entre diagnóstico por imagem e sintomatologia clínica.
Sugiro ainda que se domine o exercício pós-tratamento e, sobretudo, que conheça a mais recente e mais robusta evidência científica sobre este tema. Concluindo, sempre que o profissional conheça as suas limitações e aplique os seus conhecimentos com precaução, a Eletrólise Percutânea é uma técnica segura. De todo o modo, importa sempre recordar que não há nenhuma técnica que seja panaceia, a cura para todos os males.
3- Trata-se de uma abordagem ainda muito centrada na península ibérica. Por que razão está a demorar a entrar noutros mercados?
Não é exatamente assim. Há já alguns anos que a formação de Eletrólise Percutânea e a implementação da utilização do aparelho da EPTE® tem vindo a aumentar em diversos países da União Europeia e da América Latina. O facto de que a EPTE® System tem um certificado sanitário permitiu que a expansão internacional em alguns países não fosse tão complicada. Este certificado sanitário permitiu-nos assegurar que o aparelho e a técnica EPTE® são realmente seguros e eficazes, tanto para profissionais como para pacientes. Obviamente que, em alguns países, este processo não foi tão fácil, devido à falta de informação sobre a utilização de técnicas invasivas, ou por existir uma clara tendência da aplicação de uma fisioterapia mais centrada no exercício terapêutico (hands off). Pouco a pouco e, depois de trabalhar para demonstrar que temos um corpo docente comprometido, uma formação séria e de qualidade, e que a Eletrólise Percutânea realmente “não vale para tudo” e/ou para todas as estruturas, conseguimos ganhar a confiança e o apreço de muitos países e de muitos profissionais da saúde. Os níveis de penetração em cada mercado estão a aumentar e mais mercados estão a aderir a estas práticas. A evolução, diria, é muito promissora.
4- Que tipo de evidência científica existe? Há abordagens que postulam picar não apenas o tendão. Há evidência que suporte essas práticas?
A formação EPTE® centra-se, basicamente, na abordagem do tecido tendinoso. Porquê apenas no tecido tendinoso? Porque é a única estrutura para a qual existem ensaios clínicos aleatórios com um grupo de controlo que avaliam a efetividade da técnica. É certo que também existem alguns estudos sobre a aplicação de eletrólise em músculo, contudo, são estudos primários, apenas em animais. Depois de um período de 7 dias após a lesão os resultados são bastante prometedores contudo, para já, não existem ensaios clínicos em humanos que justifiquem a sua aplicação. Por isso, e visto que somos profissionais da saúde, é importante que a nossa prática clínica seja baseada segundo a evidência científica e que respeite todos os procedimentos de segurança.
Na EPTE® Ionclinics somos cautelosos e, por essa razão, preferimos esperar por resultados mais efetivos sobre a aplicação de Eletrólise Percutânea noutras estruturas antes que estes possam ser incluídos como parte integrante no programa da nossa formação.
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Quer continuar a ler a entrevista sobre o tratamento com Eletrólise Percutânea e todas as suas particularidades? Poderá ler a entrevista completa na Revista da Bwizer.